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brir um negócio próprio tem algo de mágico. Um misto de excitação e medo, onde a certeza e a dúvida andam de mãos dadas. No início, há aquela sensação de que é preciso aceitar tudo, dizer "sim" a cada oportunidade, não desperdiçar nada.
Foi assim que tudo começou comigo.
O primeiro contacto com a papelaria personalizada
A minha entrada no mundo da papelaria personalizada não aconteceu por acaso. Foi uma consequência natural de outro grande passo: abrir uma loja física em Campo de Ourique.
No início de qualquer negócio, não há tempo para grandes reflexões estratégicas. Há apenas a necessidade de manter as portas abertas, de fazer acontecer. Aceitei qualquer trabalho que aparecesse, sem hesitação.
A parte técnica nunca foi um grande obstáculo. Sempre tive jeito para o artesanato, ainda que as minhas mãos fossem um pouco trapalhonas. Desde os tempos da escola secundária, com as aulas de têxteis, madeira, cerâmica e papel, que me sentia à vontade para criar. Além disso, já possuía uma máquina de corte vectorial – nessa altura ainda não se chamava Silhouette – e usava-a para desenvolver postais no computador.
Mas havia algo para o qual eu não estava preparado.
O erro que quase destruiu tudo
Dar preços?
Orçamentar?
Aceitar ou recusar um trabalho?
No início, sabia que não me sentia confortável com esta parte, mas não imaginava o impacto que isso teria.
Como quase toda a gente que começa um negócio, não planeei esta parte como devia. Os preços eram definidos ao olhar para o que outras pessoas faziam, sem grande critério. O método era simples: somava o custo dos materiais e multiplicava por três. Horas de trabalho? Recursos extra? Tudo isso era deixado de lado.
Mas o erro mais grave foi outro.
Acreditava que a melhor estratégia era começar com preços baixos para atrair clientela e depois ir subindo aos poucos.
Parece lógico, não parece? Afinal, é mais fácil convencer um cliente a experimentar algo barato, e depois, com o tempo, ele vai percebendo o valor e aceitando preços mais altos.
Mas a realidade foi bem diferente.
O que eu não sabia é que o "passa a palavra" era mais poderoso do que eu imaginava. Cada novo cliente chegava com menos valorização pelo meu trabalho. O preço inicial baixo criou uma perceção errada: se era barato, então não devia valer assim tanto. E pior… as pessoas esperavam sempre descontos.
Foi assim que percebi, da pior maneira, a importância do posicionamento no início de um negócio.
Definir claramente o que queremos vender e com quem queremos trabalhar é essencial desde o primeiro dia. Mas, na altura, eu não fazia ideia disso.
Esta lição só viria a ser aprendida anos mais tarde.
Mas isso… já é uma história para outro artigo.
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